sexta-feira, 17 de julho de 2009

ENTREVISTA COM NAHTAIVEL





EBMÚSICA- Antes de mais nada quero agradecer por aceitar fazer esta entrevista ao blog EBMÚSICA.

NAHTAIVEL- Eu que agradeço a oportunidade pelo espaço!

EBM- Bom, conte-me um pouco de sua trajetória, até chegar a produzir os seus álbuns “OPUS 93” e o mais recente, o “Killer Speaks”.

NAHTAIVEL- Eu comecei tocando em bandas de metal extremo (além de estudar piano clássico). Comecei compondo músicas para a minha banda de black metal, Insane Devotion, e também tocando e compondo teclados para as bandas Reverence, Evilwar, A Tribute to the Plague e diversas outras de metal extremo. Como projeto paralelo a isso, fiz um álbum de dark wave intitulado, Paradoxical Libertine Symbiosis, que disponibilizei na Internet. Posteriormente mudei a sonoridade deste projeto para o Industrial e EBM, lançando os álbuns Opus 93 (disponível apenas na Internet) e Killer Speaks (lançado fisicamente pela Wave Records).
Com esta mudança comecei a fazer apresentações ao vivo, e hoje é o meu projeto principal.

EBM- O álbum OPUS 93 tem uma sonoridade “sombria”, se assim posso dizer. Qual foram as suas influências para este álbum?

NAHTAIVEL- Acho que tudo o que escuto acaba por me influenciar de alguma maneira. E meu gosto musical é bem extenso. Escuto muita música clássica, metal de todos os gêneros, rock progressivo dos anos 70, algo de pop dos anos 80, e vários gêneros de música eletrônica. Acho que tudo isso faz parte do que conheço por música e reflete na música que faço.
Mas para situar melhor, acredito que a sonoridade seria algo como Depeche Mode Meets Mayhem (risos)

EBM- Comparando seus dois álbuns o “OPUS 93” e o recente “Killer Speaks” é evidente um certo amadurecimento em suas musicas e também as melodias ficaram mais pesadas. O que levou a concretizar este trabalho?

NAHTAIVEL- Quando fiz o Opus 93, só queria fazer um álbum de música eletrônica. As músicas são bem instintivas. Mas após fazer este álbum comecei a tocar ao vivo, e perceber o que funcionava ou não no palco e na pista. Então no Killer Speaks fiz várias músicas bem voltadas à pista, mas que eu também gostaria de ouvir em casa. Por isso ele é um álbum mais rápido, com percussão mais dançante, mas ao mesmo tempo, brutal e melódico.

EBM- Seus dois álbuns abordam a Electronic Body Musica, mas o que é EBM para você?

NAHTAIVEL- Na verdade eu não componho pensando em me enquadrar no gênero EBM ou Industrial. Então, nas músicas, o elemento principal pode ser EBM e Industrial, mas há em uma música um baixo que é encontrado num Trance, em outra música uma bateria voltada ao Gabba, outra com vários riffs que poderiam estar em uma música de metal extremo, etc. Por exemplo, a música Killer Speaks foi composta para o Insane Devotion, mas como não foi gravada rearranjei os timbres e bateria se tornando então uma música industrial. Mas ela era originalmente uma música de black metal, com blast beats e tudo o mais.
Então não penso muito em gêneros musicais, se a música for boa, vou escutá-la, independente se for EBM ou outro estilo. E é complicado hoje falar o que é o EBM. Para alguns é somente bandas como Front242 e NitzerEbb. Para outros também é bandas como Hocico e Suicide Commando. Para mim já é indiferente o que é ou não é, se gostei da banda, vou escutá-la.

EBM- Você já fez musicas para o estilo Black Metal na banda “INSANE DEVOTION” e seu visual ainda continua o mesmo. Já pensou em voltar a fazer música para o Black Metal ou o EBM é a carta da vez?

NAHTAIVEL- Eu gostaria muito de estar apresentando novas músicas do Insane Devotion, mas estamos com alguns problemas logísticos... Como distância, tempo, compromissos e problemas extra-musicais. Mas a banda não acabou só está “hibernando”. Nós conversamos bastante, e assim que for possível nos reuniremos novamente e faremos um novo álbum. Como são 3 compositores no Insane Devotion, temos de contornar estes problemas para podermos compor juntos novamente.

No metal atualmente só estou gravando alguns teclados como músico de estúdio para a banda curitibana e grandes amigos do Doomsday Ceremony. Mas eles não me deixam colocar sintetizadores analógicos e dezenas de linhas simultâneas de teclados. (risos)

EBM - Como foi a negociação pra exibição da faixa "Recognise Me", do álbum Opus 93 para o curta trash, "Damballah Negra"?

Eu recebi um email da Fraternidade do Medo, o pessoal que filmou o Damballah Negra, pedindo para usar a música no filme, e fiquei feliz que eles quiseram utilizar a música na trilha sonora. Esta música tem nos vocais o Douglas Evanstorm, grande amigo e vocalista da banda Reverence.
Apesar de não assistir muitos filmes trash, gosto do gênero, principalmente dos trabalhos do cineasta catarinense Peter Baiestorf. O trabalho dele foi me apresentado nos anos 90 por meu irmão Adriano, que na época tocava na banda de splatter Necrotério.
De cineastas que utilizam bastante sangue em seus trabalhos gosto também do Takashi Miike e do Chan-Wook Park, este último não é trash, mas é o cineasta atual que mais gosto, e tem bastante influência do cinema trash.
Há vários anos atrás eu fiz trilha sonora para uma peça de teatro também. E gostaria muito de participar de trilhas para filmes alternativos.

EBM- Aqui no Brasil existe reconhecimento devido para seu trabalho e pro EBM ou ainda é um mercado fraco e carente de músicos nacionais?

NAHTAIVEL- Comparado com a cena Européia e da América do Norte acho que temos muito que evoluir. Mas acredito que estamos indo no caminho certo. Estão aparecendo muitas bandas, festas e sites bons. O EBM e o Industrial são gêneros underground, e assim continuarão sendo. Aqui no sul temos ótimas festas, como Bio Dementia, Gothix, Fetish, Cyberdelic e as festas da Metropolis Project, Industrial Noise Festival, Penumbra Fest, Psychose, etc. Em SP o projeto Ferro Velho está fazendo um grande trabalho! E as festas e produções estão crescendo no Brasil todo.
Inclusive algumas festas de outros estilos abrem espaço para o Industrial, como o Tendencies Rock Festival de Palmas/TO, onde toquei este ano, e o Pecadores tocou no ano passado. Temos ótimas bandas de EBM/Industrial como Pecadores, A Industrya, Hatech, Enger, Euphorbia e muitas outras.

Sobre o reconhecimento ao meu trabalho. Estou recebendo muitas críticas positivas e construtivas, tanto de brasileiros, como de pessoas de outros países onde o cd Killer Speaks foi distribuído. Já estou com algumas músicas novas compostas, e quero evoluir a cada trabalho apresentado.

EBM- Há quanto tempo você esta na batalha para mostrar seus trabalhos?

NAHTAIVEL- Com o Nahtaivel o primeiro trabalho voltado ao Industrial foi o Opus 93 de 2006, tirando o cd de dark wave que lancei em 2002. Mas na música em geral, eu fundei o Insane Devotion, junto com os antigos membros da banda, em 1996. E meu primeiro trabalho em estúdio foi a demo tape do A Tribute to The Plague, em 1998.

EBM- Bom, para finalizar esta entrevista, mais uma vez agradeço por esta oportunidade.

NAHTAIVEL- Obrigado Dih Smith pela oportunidade. Muito boa sorte com o EBMusica! E para quem se interessar pelo meu trabalho, há mais informações para adquirir o cd Killer Speaks e músicas em meu site, www.nahtaivel.com

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